12 de setembro de 2010

Nunca imaginei ter vergonha do meu all star


Eu juro que não entendo quando as pessoas dizem:
 "Seja o quem você é, faça o que quer e não siga regras".
 Acontece que isso é impossível a cada dia que passa.
Bom acho melhor começar pelo começo né?



Eu era apenas uma "garotinha" que deveria ter por volta de 12 anos quando por um primo fui apresentada ao canal musical MTV que na época tocava bastante Britney Spears “Oops i didn’t again”. Eu já não ficava um dia sem ver aquele canal e ouvir todas aquelas musicas. O tempo foi passando e nas paradas tinha cada vez mais clipes de bandas que quebravam todas as regras, comecei a ouvir coisas do tipo Cpm 22 “Tarde de Outubro” Blink 182 “First Date”. Ate o dia que virei fã de Avril Lavigne, uma cantora que odiava musica pop e falava mal de todos, era completamente rebelde, para que algo melhor pra uma adolescente que pensava igualzinho, comprava muitas revistas e cds dela, cheguei a ter pastas com conteúdo dela e sua banda, me vestia como ela e me maquiava como ela, ate que ela lançou seu terceiro álbum e ele ficou pop demais para mim. No top 10 agora as bandas eram mais pesadas Creed “My sacrifice” e a cada dia minha lista ia aumentando e o resto ficava mais leve e pop.
 Fui procurar uma outra banda para seguir os passos eu já estava no segundo grau e lá conheci muitos roqueiros que por onde passavam os outros olhavam, e que diferente de mim odiavam Arvil Lavigne, e como forma de sobrevivência para estar perto deles eu deveria escutar o que eles escutavam, comecei a pesquisar mais bandas e mais estilos e minha lista ficou grande e fiquei amiga dos roqueiros da escola, logo me vi seguindo o Evanescence e logo depois o Nirvana (o qual adoro ate os dias atuais).
 Adolescente titulada como roqueira rebelde sem causa pela família e pelos vizinhos, eu me vestia de preto com maquiagem carregada, sem me importar o lugar que iria. Conheci o new metal, black, punk, grunge, deathmetal, metalcore, j-rock e finalmente o folk metal. Aderi o visual kei no meu armário, roupas com muitos babados e preto e branco, maquiagem pesada e exótica. Entrei em uma banda de jrock e cada vez mais me vestia de maneira diferente, muitas meias, saia xadrez, blusas de gótica... 
Pois uma vocalista de banda precisa ser diferente principalmente de jrock.
A verdade é que sempre me vesti assim toda a vida.
Mas tudo isso passou, a banda a escola e a garota adolescente...
A garota cresceu bastante e ficou madura...
Ficaram apenas o amor pelo rock que nos momentos mais difíceis me fez respirar e as verdadeiras amizades que ganhei nesse meio.
Hoje em dia tenho pavor de sair assim na rua, não por não gostar...
A verdade é que fui forçada a não me vestir dessa forma pois tenho 21 anos e a sociedade te força a manter o padrão, afinal se você tem 21 anos e se veste como uma garota de 16 você não é madura o suficiente, as pessoas te olham com outros olhos pela roupa que você veste e pela idade que tem. Saio as vezes com outras amigas e vou ao shopping de maneira desconfortável em uma categoria que não me encaixo.
Faço faculdade de psicologia e sei o quanto é importante manter os padrões de certas coisa... já pensou se virar bagunça?
Ainda assim vejo as garotas mais novas vestidas dessa forma e sinto saudade daquele tempo.
Atualmente visto-me assim raramente quando vou a um show de rock por aqui...
Tenho saudade do meu all star, meias coloridas, das minhas calças rasgadas, das blusas de banda que sempre usei, das tranças que fazia no cabelo e ate mesmo do boné virado... Tudo isso que agora se encontra no fundo do meu guarda-roupa.
Nunca imaginei ter “vergonha” do meu all star...





8 comentários:

Iago disse...

do it yourself em alta hein! haha!

Marcos Gabriel disse...

Infelizmente o sociedade criou este aspecto imbecil do que é correto, do que se deve ou não deve fazer e de como ou com o que nos iremos vestir .

Mais do que moda, vestir se, é uma forma de expressão .
Infelizmente somos obrigados a seguir uma merda de linha de forma que acabamos que ficando iguais a maioria oque eu acho um desperdicio de personalidade .





Tenho esperança que a geração futura possa vestir-se, falar e fazer as coisas que gostem sem ter que xegar a sua maioridade e ter que 'amadurecer'.







Gostei do seu texto

=*

SUKY disse...

ADOREI SEU TEXTO,LEMBRO ME BEM DAQUELA ÉPOCA,SINTO MUITAS SAUDADES...

Unknown disse...

rs lembro dessa lorena.
mas a verdade eh, embora existam os padrões, ser vc eh o que mais importa, por mais clichê que isso seja.

Nu disse...

as pessoas sempre acham um modo de dizer com as outras devem se comportar ou não.
é triste que para ser respeitada no meio profissional tenhamos que passar uma imagem já pré-estabelecida.

queria me vestir por toda a vida como as vj's da mtv.

tbm sou fã da Avril. :)

Anônimo disse...

Infelizmente sei exatamente pelo que vc ta passando, tenho exatamente a sua idade e passei por +- a mesma coisa, só com estilos diferentes.=/
O jeito é tentar adaptar o que todos usam as seu jeito para q fique confortavel sem sair do padrão... mas nunca mais vai ser a msm coisa, queria meus 17 anos de volta, =/

Adorei o texto

Anônimo disse...

Lendo seu post eu me lembro da minha fase de "rebelde sem causa"... Roupas pretas, mente revoltada, rock... Hoje eu tenho 17 anos e não me visto mais assim, mas acho que foi uma boa época, de amadurecimento e de conhecimento. Tenho reparado após isso que essa fase é passageira, pois praticamente todas as meninas que já passaram por isso, depois se tornaram mais vaidosas e femininas, deixando o preto e o all star um pouco que lado.

Unknown disse...

Você praticamente me descreveu aí... e concluiu TUDO o que também penso. Fui igualzinha você, toda minha vida... Tenho 27 anos, e "não posso" me vestir como eu realmente gosto... mas já estou me irritando de ser o que não sou, de me vestir do que não gosto... E acredito mesmo que devemos nos assumir e sermos felizes... Porém, concordo que isso pode atrapalhar na hora de arrumar um emprego (dependendo do local de trabalho)... Enfim, AMO meu all star, amo meu coturno, amo minha melissa. E quero mudar meu cabelo de novo, quero mais tatuagens e quero um piercing de novo... Ai ai... como vc disse: saudade daquele tempo...

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